Na manhã de segunda-feira, 31 de julho,no Projeto Força Feminina, Unidade Oblata em Salvador, aconteceu mais uma Formação para a Rede Oblata 2017 “Direitos das mulheres que exercem a prostituição à luz da missão”.
As educadoras sociais Daniela Moura e Rosilene Ferreira compartilharam saberes e propiciaram discussões a cerca da prostituição, dos seus agentes, de possíveis motivos e da prostituição vivida por brasileiros no exterior. Essa formação teve como fundamentação teórica os estudos do livro “Prostituição à Brasileira” de Luis Carlos Sebe B. Meihy e dos textos “Prostituição e Feminismo” de Marlene Rodrigues e “Movimento Feminino em Disputa” de Aline Godois Tavares. Daniela e Rosilene conduziram esse momento de forma lúdica, como se fosse uma roda de conversa, um bate-papo informal, no qual, as vidas de cinco pessoas que vivem a prostituição atualmente fora do Brasil foram expostas desde a sua infância até o momento presente. Os demais trabalhadores sociais contribuíram bastante com questionamentos, inquietações e acréscimos de informações, o que enriqueceu de modo muito singular a discussão.
Com a intenção de sensibilizar os colegas, demais trabalhadores sociais do PFF, foi executada a música “Prostituta” de Negra Gizza e eles foram convidados a ler depoimentos de mulheres atendidas na unidade espalhados pela sala a fim de fazer um paralelo entre a realidade já conhecida, mas não menos chocante e a realidade relatada através dos depoimentos explanados no livro. A música “Sonhos Roubados” de Maria Gadú embalou esse momento.
A partilha do que foi estudado iniciou-se com as educadoras sociais apresentando a proposta do encontro e os conteúdos e as discussões argumentadas no livro, sempre as relacionando com as realidades vivenciadas no PFF e no país. Como esse assunto instiga cada pessoa diferentemente, cada um dos trabalhadores sociais se manifestou naquilo que mais lhe tocou.
“O discurso fica engessado em duas polaridades que não cabem mais nos dias atuais e que precisa ser melhor estudado porque por mais que a prostituição esteja no emaranhado do capitalismo, o qual obedece à regras rígidas, as vidas das pessoas, os prostitutos e as prostitutas não devem mais se perder nesse jogo mercadológico, como se nada valessem.
Os direitos pessoais se perdem no espaço internacional e isso protege os trânsitos de toda ordem: tráfico de pessoas, de órgão, de animais, de armas.
Como o Capital Internacional , a prostituição – e nela a vida das putas – funciona como moeda de troca. O capital, porém, tem autonomias e isenções, a prostituição não.”