Com o tema “Homens autores de violência doméstica e familiar contra a mulher”, o encontro possibilitou a troca e aprimoramento de conhecimento. A apresentação faz parte de uma pesquisa, feita por Jacqueline Soares, Assistente Social e Professora, que traz como título“Então é por isto que fui preso?” e consiste no estudo realizado com grupos de homens autores de violência doméstica, apresentando os principais relatos e como a experiência da violência é reproduzida nos espaços e gerações sociais. O trabalho apresenta também o estudo sobre os grupos reflexivos sobre os homens autores de violência (HAV), no Brasil e o grupo pioneiro nos EUA.
Jacqueline Soares tem uma vasta trajetória profissional e comprometida em questões de Gênero. É Especialista e Mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo pelo NEIM/UFBA; foi bolsista no Projeto Observatório da Lei Maria da Penha; atuou na Vara de violência doméstica e familiar contra a mulher em Salvador/BA e é Docente do curso de Serviço Social na Faculdade Dom Pedro II e UNIFACS – Universidade Salvador.
Com mais de 80 pessoas presentes, entre elas, representantes do Distrito de Saúde do Centro Histórico – SMS, Amélia Araújo, da Cáritas Regional Nordeste, Josilene Passos, das representantes da Vereadora Aladilce Souza, Maria Dalva e da Deputada Estadual Luiza Maia, Daiane dos Santos.
Sem dúvida, discutir violência doméstica e familiar contra a mulher a partir da análise do agressor garante que o diálogo sobre o tema assuma um caráter transversal, onde vítima e agressor, visualizem holisticamente de que forma a violência impacta nas relações, seja no aspecto social, cultural, material e simbólico.
O encontro foi finalizado com a fala da equipe da Força Feminina sobre a importância da sociedade repensar o discurso que legitima a violência, além da necessidade de garantir que o debate sobre o tema atinja as mulheres em contexto de prostituição, principalmente por perceber a ineficácia dos mecanismos de proteção às mulheres e de que o principal ordenamento jurídico especifico, a Lei Maria Penha, não atinge as mulheres em situação de prostituição.
E assim foi mais um encontro onde se fortalece a busca pela ampliação da Rede de Atendimento às mulheres e para legitimação da ação da Unidade Força Feminina.