Fonte Nova: baianas e ambulantes protestam contra normas

Compartilhar

Na semana de inauguração, a Arena Fonte Nova enfrenta algumas manifestações contrárias a sua organização e modelo de gestão. A primeira delas foi nesta quinta-feira, 4, protagonizada pelo Comitê Popular Copa-2014.
Em Salvador, o grupo (presente em todas as cidades-sede) reivindica a não retirada dos vendedores ambulantes nas competições, o financiamento e cadastro desses trabalhadores, a prestação de contas por parte do governo e uma maior contra-partida do setor privado.
“A intenção é buscar uma discussão, principalmente relacionada a questão pós-Copa, pois sabemos que boa parte dos contratos já estão firmados”, disse um dos organizadores do movimento, Argemiro Ferreira. “Se boa parte do investimento é público, qual será a contra-partida para a população? E a contra-partida da Fifa, qual será?”, completou.
Se em outras cidades, como o Rio de Janeiro, o movimento tem uma atuação mais voltada para as remoções de pessoas que habitam regiões próximas aos estádios, em Salvador a preocupação tange a outros problemas conjunturais.
“Em outros estados, como no Ceará, por exemplo, a maior preocupação é em relação as remoções forçadas. Em Salvador, no entanto, temos que atrair as pessoas para o debate do turismo sexual e da limpeza étnica. Os ambulantes também não podem ser excluídos desse processo”, diz Argemiro.
Baianas de Acarajé – Outra manifestação acontece nesta sexta, a partir das 7h, em frente à arena. A  Associação das Baianas de Acarajé e Vendedoras de Mingau (Abam) realiza um  protesto a favor de espaços  ao redor do estádio  para as baianas vendedoras de acarajés durante os eventos da Fifa.
As baianas acompanharão, do lado de fora da arena, a cerimônia de inauguração oficial da Arena Fonte Nova, marcada para as 10h. O evento terá a presença da presidente da república, Dilma Rousseff, e dirigentes da Fifa.
A presidente da associação, Rita Santos, espera entregar a autoridades da entidade máxima do futebol o fruto de uma petição gerada na plataforma Change.org, com mais de 15 mil assinaturas.
A diretora de campanhas da Change.org, Graziela Tanaka, explica que as baianas desejam ser exceção à norma ditada na resolução da Fifa, que recomenda afastar  ambulantes em um  perímetro de até dois quilômetros das praças de jogos. “A questão fundamental é problematizar a forma como a Fifa atropela a identidade dos países que sedia a Copa”, diz.

 
Qui , 04/04/2013 às 21:06 | Atualizado em: 04/04/2013 às 22:18

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Força Feminina – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *