No mês em que a Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, completa sete anos de criação, o Centro de Referência Loreta Valadares (CRLV) inaugura um nova sede onde vai assegurar muito mais serviços para as mulheres vítimas de violência. No novo espaço, localizado no bairro dos Barris, o centro, que é vinculado à Superintendência de Políticas para Mulheres de Salvador (SPM), vai oferecer, além do atendimento jurídico e psicossocial, cursos de qualificação profissional, brinquedoteca, acervo para estudos nas áreas de gênero, além de posto de atendimento do Ministério Público para dar celeridade aos processos.
A titular da SPM, Mônica Kalile, visitou na manhã desta terça-feira (6) as obras de reforma da nova sede do CRLV, em fase de finalização. “Vai ser uma grande alegria abrir este novo espaço para as mulheres no mês que comemoramos o aniversário da lei Maria da Penha, que, além aumentar o rigor das punições das agressões contra mulher, preconiza a ampliação da rede de atenção às vítimas da violência”, afirmou a superintendente.
O trabalho de reforma do imóvel está sendo realizado através de uma parceria entre a SPM e a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), envolvendo toda adequação do espaço para garantir o acesso a mulheres idosas e com necessidades especiais. Com a conclusão da obra ainda este mês, o órgão deixa de funcionar na Rua Aristides Novis e passa a atender na Praça Almirante Coelho Neto, situado em uma região estratégica, em frente à Delegacia Especial do Idoso, a poucos metros da 1ª Vara de Violência contra a Mulher e próximo à Estação da Lapa.
“Muitas mulheres acolhidas pelo centro acabavam deixando o acompanhamento, afirmando que o motivo era a dificuldade e de ir até a Federação. Por isso quando tivemos que mudar de sede, buscamos uma área mais central que facilitasse o acesso não só às mulheres assistidas como aos funcionários”, explica Mônica Kalile. E mais: a antiga sede tinha cerca de 300 m², enquanto o novo espaço tem 508 m².
A ampliação do espaço permitiu que o centro pudesse abrigar novos serviços de atenção e proteção à mulher. A atenção à idosa é um deles. “Existe o mito de que mulheres mais velhas não sofrem violência. Isso não é verdade. Elas são agredidas por filhos, netos e vizinhos, inclusive sexualmente”, coloca a superintendente da SPM.
A briquedoteca é para prover um espaço onde as crianças filhas das vítimas poderão ser abordadas na busca de informações para entender os danos sofridos pela violência familiar. O CRLV também ganhará um Centro de Documentação e Informação em Gênero para estudantes e acadêmicos.
Parceria – Mônica Kalile lembra que um dos principais problemas no enfrentamento à violência contra a mulher é promover sua inserção no mercado de trabalho, pois muitas delas se submetem aos seus algozes porque não tem uma fonte de renda para seu sustento e de seus filhos. Por isso, o novo centro terá uma área dedicada à qualificação profissional, dotado de uma cozinha industrial. Lá, serão oferecidos cursos diversos para o setor de serviços, como cozinheira, assistente de cozinha e atendente de telemarketing, em parceria com a Secretaria Municipal da Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps).
A parceria com a Semps também vai manter no local um posto para atendimento de intermediação de mão de obra para as mulheres atendidas pelo centro. Segundo a superintendente, o trabalho articulado com diferentes secretarias do município tem sido fundamental para viabilizar o funcionamento dos novos serviços. A Secretaria Municipal de Ordem Pública, por exemplo, além de colaborar com prepostos da Guarda Municipal para garantir a segurança, está requalificando toda a praça onde está localizada a nova sede, com colocação de nova iluminação. A Secretaria de Infraestrutura e Defesa Civil, através da Sucop, realizou a poda das árvores
Órgãos de outras esferas também estão colaborando. Um acordo fechado com a Polícia Militar assegura que a praça contará com dois policiais e uma ronda trabalhando de forma permanente no local. Já o MP fará atendimento três vezes por semana no centro, com o objetivo de dar maior agilidade aos processos gerados a partir das denúncias das vítimas.
A expectativa de SPM é que, até 2015, seja viabilizada a criação de mais dos centros de referência para a mulher em Salvador. De acordo com Mônica, eles ficaram localizados nos bairros de Cajazeiras e Periperi.
FONTE: AGECOM
06/08/2013