REDE OBLATA 2017 – “Direitos das mulheres que exercem a prostituição”

Compartilhar

Uma semana de formação marcou a passagem do Projeto Força Feminina na Casa de Encontros das Irmãs do Santíssimo Redentor em Tatuapé – SP onde ocorreu o Encontro de Formação da Rede Oblata 2017 com o tema: “Direitos das mulheres que exercem a prostituição”. Em mais uma edição temas como Regulamentação da Prostituição e a Conjuntura Atual do País motivaram os colaboradores da REDE a estudar, refletir e tentar responder aos vários questionamentos existentes diante de temas tão complexos.



A REDE Oblata foi muito feliz em convidar os palestrantes participantes, pois demonstraram competência nos assuntos tratados e foram solícitos com a instituição ao se colocar à disposição para estudos e formações futuras, são eles: Bárbara Natália Lages Lobo – Advogada que trouxe a legislação da Regulamentação da Prostituição, Victor Esteban Coelho – Projeto Oblata CasAberta em Uruguai que falou sobre a realidade das mulheres em um país já regulamentado, Monique Prada – prostituta e feminista que defende a regulamentação e acima de tudo direitos para as mulheres que exercem a atividade.


Merece destaque também a organização do Encontro de Formação, a apresentação técnica e cultural dos projetos, os momentos de discussão em grupo e a análise contundente e assertiva de Daniel Rech.
Os momentos de espiritualidade, dinâmicas, explanações e plenária foram bem intercalados, possibilitando a atenção e a participação dos presentes diante de assuntos densos e complexos.

A realidade das Unidades Oblatas foi apresentada no segundo dia de formação, no qual cada representante explanou as características e práticas vivenciadas pelas mulheres atendidas. A análise feita é que a realidade dessas mulheres é muito semelhante, pois são mulheres que têm cada vez menos estado nas unidades devido à urgência de conseguir o sustento. Refletiu-se que a miséria voltou a bater na porta dos projetos e é urgente trabalhar a questão dos direitos humanos. É perceptível o quanto a crise atingiu gravemente essas mulheres que representam o extrato social mais vulnerável da sociedade.


Partilhamos as palavras de Monique após nosso Encontro Formativo da #RedeOblata, publicado em seu perfil no facebook:

“Eu tive a possibilidade de conhecer e colaborar com um projeto incrível sobre a defesa de direitos das trabalhadoras sexuais.
Confirmei na prática que falar de religião também é falar de política, e que o modo como você se posiciona enquanto parte de uma faz diferença direta na vida das pessoas.
Aprendo aqui que não preciso abrir mão dos meus princípios ou mesmo de meu ateísmo para agir como as cristãs, por que os ensinamentos de Cristo levam de encontro também àquilo que temos acreditado sobre a luta por um mundo melhor para todas as pessoas.
A Igreja Católica sempre fez movimento social, o movimento de prostitutas mesmo no Brasil surge com o apoio da Pastoral de Mulheres lá atrás. Agora, a partir desse contato com a Rede Oblata (que para mim, chegou através do projeto Diálogos pela Liberdade), compreendo como isso é possível, me sinto acolhida e acredito que temos ainda muito o que fazer juntas, em especial nesse momento político pelo qual estamos passando no Brasil.
Sim, eu saí de lá encantada, e com aquela sensação de que um outro mundo é possível – aquilo sobre, em silêncio, já podermos mesmo ouvir os seus sons.”


Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Força Feminina – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *